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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Símbolo Natalino

O
Natal
É reencontro
Com a verdadeira vida
E os reais princípios básicos
Que norteiam a nossa existência
Sou feliz quando existe o Natal Cristão
Todos os dias em meu coração que pulsa
Ansioso pela presença da vida do maior mestre
Seu nome é símples
Porém grandioso
O Natal é na realidade
A celebração da sua vida
O maior de todos os homens: Jesus Cristo

Fernando Luiz


sábado, 20 de novembro de 2010

O Vendedor de Sonhos

Meu nome é Joaquim dos Anzóis Pereira
Eu sou um vendedor de sonhos
E desde criança me acreditava
Capacitado para tal função

Sempre ouvia de meus pais e amigos
"Você nasceu pra isso, você tem o dom"
"Você tem o carisma necessário
para executar tão nobre função"

Realmente, desde muito cedo
Eu aspirava vender sonhos
Porque o sonho é o primeiro passo
Para que as grandes realizações se concretizem

Consegui me habilitar na faculdade
De graduação em comércio de sonhos
Comecei a vender os sonhos
Ensinando as pessoas como sonhar

Fui contratado para exercer o meu cargo
Era tudo que eu queria na vida
Trabalhar por prazer e por devoção
Pois era o objetivo para o qual eu era talhado

Lembro-me bem do meu primeiro dia
Eu era radiante e feliz
Tinha no coração todos os sonhos do mundo
Disposto até mesmo a doar, e não vendê-los, só para que alguém fosse feliz

Encontrei muitas pessoas neste mundo de Meu Deus
Com as mais variadas necessidades
Os sonhos eram para alguns um alento
Para outros era ostentação

"O meu sonho é melhor que o seu"
Pensavam aqueles que consideravam o sonho sinal de status
Tive muito trabalho, para convencê-los, na maioria das vezes, em vão
De que um sonho é algo divino e não meramente material

Pouco a pouco, minhas alegrias iam sendo minadas
Pois muitas pessoas não entendiam o que era o sonho
Compravam apenas por necessidade de ostentar
Os melhores sonhos que a vida tinha para oferecer

O cliente é quem faz a empresa
É um sistema falho em várias vertentes
Não demorou muito
Para que eu começasse a ser cobrado por meus superiores

"Olhe, você é um excelente vendedor
Mas você é alegre demais
Não deve perder tempo conversando demais com um cliente
Porque senão você perde várias oportunidades de vendas"

Mas, como assim?
Como vender sonhos e não ser alegre?
Como irei ser convincente para o meu cliente, se eu não demonstrar felicidade no que faço?
Como passar credibilidade sem felicidade, sem espontaneidade?

Então entendi que o sistema, feito pelas próprias pessoas
Corrompeu as suas essências
Pois sonhos não devem ser comprados
Sonhos devem ser idealizados, doados, compartilhados e concretizados

A maioria de meus clientes
Procuram COMPRAR um sonho
Como se fosse a cabeça de um animal empalhado na parede
E o "sonho de ostentação", além de individualista, é descartável

E finalmente entendi o teor
Desta composição frasal interessantíssima
Que atesta claramente
O real sentido de um sonho

"Sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só
Mas um sonho que se sonha junto
É realidade"

Hoje sou um vendedor de sonhos autônomo
Pois não acredito nesse sistema de obtenção de metas
Onde as metas devem ser atingidas pelo capitalismo selvagem
Onde os empregados são analisados fria e factualmente

E eu continuo sonhando
Com um mundo melhor para todos
Mas isto só vai acontecer
Quando a educação do povo mudar

Sonho e sonho muito
Afinal, esta é minha profissão
A cada membro que agrego ao meu grupo de sonhadores
O meu sonho ganha mais força
E mais perto de se tornar realidade ele fica
E então, vamos sonhar juntos?

Fernando Luiz

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Aos Amigos e "Amigos"

A amizade existe plenamente
Quando nada é pedido em troca
Quando nada é dado de volta
Doações e pedidos são espontâneos

A amizade não requer interesses escusos
Nem regalias materiais
O básico requisito envolvido
É o sentimento de fraternidade

Pelos frutos se conhece a árvore
Pelas ações se conhece o homem
Pelo caráter se admiram os amigos
Uma admiração que trará proximidade

A proximidade induz ao comprometimento
O comprometimento leva à união
A união traz o afeto
E o amigo passa a ser um irmão

Da minha tenra idade até o início da vida adulta
Pensava eu ter vários amigos
Pois neste período, as galhofas e os risos fáceis
Confundem companhia com amizade

Amizade requer companhia
Mas a segunda é subconjunto da primeira
Amizade é algo muito mais complexo
Do que simples e pueris brincadeiras

As vezes, no mesmo círculo de pessoas
Ao virar as costas, falam mal de nós
Ao virarem as costas, falamos mal deles
Porém, de ambos os lados, se ouve: "É meu amigo!"

Tal situação presente
Implica amizade aparente
É como perigosa serpente
Cujo veneno paralisa o coração da gente

Perigosa e necrosante situação
Onde maus pensamentos ocorrem de ambos os lados
Talvez o melhor seja o afastamento
Do que a prática de uma recorrente hipocrisia

Aos que me fizeram companhia
Fico grato pelo riso fácil que promovi ou recebi
Sei que para vocês e para mim foram sensações etéreas
E portanto, meramente descartáveis

Tal relato parece rancoroso de minha parte
E rancor assemelha-se a veneno
É exatamente esse o intuito desta escrita
Expurgar os últimos resquícios desta mortal substância

O tempo que passa te traz alguns benefícios
Um deles é aprender a separar o joio do trigo
A falsidade da verdade
O coleguismo da amizade

Aos amigos que não são "amigos", não necessito agradecer
Pois minhas ações denunciam meu afeto
E suas atitudes atestam o afeto recíproco
Cuja natureza real perdura por toda a vida

Fernando Luiz

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sonetos de amor II

Soneto homogêneo

A mistura homogênea consegue juntar
Dois materiais com propriedades químicas semelhantes
E o sentimento homogêneo que cultivamos
Nos torna cada vez mais unidos por nossas afinidades

Porque meu corpo necessita do teu
E meu espírito igualmente carece da tua essência
Já não se sabe onde começa um e termina o outro
Pois, sendo homogêneos, não saberão nos diferenciar

E nessa mistura de propriedades constantes
Em todas as suas regiões
O amor não é tão constante assim

Ele é exponencial
Pois cresce espantosamente
A cada dia que te conheço melhor

Soneto diferencial

Duas almas semelhantes, quando juntas
Somatizam as afinidades, já que se entendem mutuamente
Porém, potencializam os defeitos
Que são encontrados em ambos e na mesma qualidade

Então vedes a importância
Do nosso amor complementar
Te trago harmonia quando estás tensa
Me traz responsabilidade quando estou disperso

Tal qual o Yin-Yang
Nossas almas se completam em um total mutualismo
Onde o que falta em um, sobra no outro

E a nossa única semelhança
Neste amor tão diferencial
É o desejo mútuo de que desfrutemos juntos da eternidade

Fernando Luiz

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Aniversário

Levanto da cama uma vez mais
É uma quarta-feira, ápice da semana
Estresse acumulativo de labores
Preocupações amontoadas que colocam esta data em segundo plano

Ao me aprontar para o trabalho, penso comigo mesmo:
"Hoje faço aniversário de 30 anos
Quanto tempo experimentei nesta existência terrena!
Porém, hoje parece um dia como todos os outros"

A robotização das condutas é preocupante
Uma data que ano após ano, por mim era reverenciada
Curiosamente, hoje, não me contaminei pelo espírito de renovação
Pois o dia parece-me sem encanto, sem brilho, normal

Quase ao sair de casa, surge a esposa radiante
Seu sorriso contamina todo o lar
O beijo terno e carinhoso me surpreende
Deixando claro que, para ela, este não é um dia comum

Chego ao colégio, para minhas aulas lecionar
Ainda crente que a celebração não passaria da porta de casa
Grande é minha surpresa, ao avistar tantos olhos inquietos
São meus incontáveis alunos, com sorrisos e abraços calorosos

Meus familiares insistem em me ligar
"Mas porque tanta insistência? Sabem que estou trabalhando!"
Quando finalmente atendo, vozes estridentes
Cada familiar, com a voz embargada, parece mais feliz que eu mesmo

Então, finalmente, me cai a ficha
De que a vida é como um mar
E por vezes somos as ondas revoltas
Que tentam do oceano fugir

Mas o mar, assim como a vida
Com seu intenso magnetismo, nos força o retorno
Se somos ondas, o mar nos traga de volta ao seu conteúdo total
Se somos robôs, a afetividade traz a vida de volta à tona

Os olhos são as janelas da alma
Precisei entrar pela janela dos outros
Para entender e relembrar o real sentido do aniversário
A celebração da vida concedida por Deus

Fernando Luiz

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sonetos de amor

Soneto essencial

A matéria aprisiona, pois tem limites
A essência é como uma gás, se expande
O sentimento cultivado em nós é, então, essencial
Pois é notória a sua exponencial expansão

O meu espírito e o teu espírito (nossas essências)
Não ficarão jamais segregados
Mesmo que a geografia nos impeça
Nossa química é uma reação que já deu certo

E o que impressiona mais
É que basta eu saber da tua existência
Para que a minha essência se expanda e se eleve

E se a ascensão mútua de essências
Não constitui aquilo que chamamos de amor
Serei incapaz de definir e entender este sentimento

Soneto inicial

Existe uma descrição bíblica do início dos tempos
Porém, é difícil diferenciar alegoria da realidade
Assim como talvez seja impossível precisar quando ocorreu
O primeiro batimento descompassado do meu comboio de cordas por ti

Conhecer tua individualidade foi avistar o Éden
Partilhar momentos contigo foi padecer no Paraíso
Passear pelo teu corpo foi o meu pecado
Mas, ao contrário de Adão e Eva, não me censuro pela culpa

A culpa é associada ao erro
Paixão apenas carnal, realmente é equívoco
Já que não permite uma espiritual reciclagem

Não posso sentir culpa em te amar
Pois o surgimento desta força em mim
Representa a gênese da minha existência

Fernando Luiz

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Nós, Robôs

Andar por esta metrópole
Não é sinônimo de tranquilidade
O que era há muito tempo bucólico
Atualmente é espetáculo do caos

Pessoas caminham apressadas
São robôs, só que ainda não perceberam
A culpa também não é só delas
É de todo um contexto que as faz acreditar nisso

A paisagem é indutora da robotização
Prédios e estruturas cartesianas
Nos fazem cegamente crer
Que nossa vida é ciência exata e não humana

As normas de comportamento também robotizam
Quando somos identificados como números e não nomes
Até mesmo quem vive na miséria
É reconhecido socialmente pelo número zero

A volta para casa, depois de um dia de labor
É ícone de todo esse processo automatizado
Um espetáculo de luzes enfurecidas
Faróis de carros guiados por motoristas-robôs (nós mesmos)

E a sensibilidade se esvai
Quando este comportamento se torna uma constante
Prova de que, realmente, o que não é natural
Não nos consegue fazer seres humanos plenos

Bom seria se este espetáculo de luzes
Fosse apreciado em uma bela paisagem campestre
Tal cenário hoje em dia é visto, pela maioria, apenas em quadros
Como se uma ilusão de óptica fosse

Fernando Luiz

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ausência

Deitado em minha cama, pensamento fugaz
Minha matéria depositada neste leito, estremecida jaz
Corpo no tempo presente, mente em algum tempo atrás
Só eu sei a falta que o teu amor me faz!

Teu toque em meu corpo, só pureza me traz
Cada segundo que se passava, eu queria ficar contigo mais
Enclausurado em teu amor, preso em uma feliz Alcatraz
Só eu sei a falta que o teu amor me faz!

Teus olhos que brilham como nunca outra pedra brilhou jamais
Um brilho incandescente, me irradiando de paz
Cintilação que me faz lamentar um tempo que não retrocede mais
Só eu sei a falta que o teu amor me faz!

Fico estático, como absorvendo veneno que entorpece os sinais
Um melancólico marinheiro, esperando o navio a beira do cais
Teu perfume gerava em mim essências vitais
Só eu sei a falta que o teu amor me faz!

E desta forma, só me resta esperar renascer uma vez mais
Pois nossa união em espírito e pelas diversas vidas já é contumaz
Espero que na próxima vida, você emita os corretos sinais
Para que eu te reconheça de imediato e não perca um segundo de paz
E que de belos filhos, nós sejamos pais
Assim sendo, eu não sentirei falta de teu amor jamais
Minha alma privada da tua é como escravo padecendo na mão do capataz
Pois hoje, só eu sei a falta que o teu amor me faz!

Fernando Luiz

terça-feira, 27 de julho de 2010

Grande Mar

Grande Mar infinito
Me inclua no teor do seu requisito
Que é o do vai e vem cíclico
Que expurga a impureza no recanto mais íntimo

Contemplar o teu oscilar
É estimular o meu revigorar
Pois tu tens em teu ciclo milenar
A função do ânimo reestruturar

Espelhar-se em ti é obrigação
Pois somos humanos, não temos perfeição
Nossa vida também é de ciclos em oscilação
Nossa vida é de momentos, um turbilhão

O teu equilíbrio é o padrão
Saber trabalhar com ele: eis a questão
Pois viver em altos e baixos é uma constante lição
Tal como uma função senóide em construção

A interferência do homem em teu proceder
Causa muito mais desconforto que lazer
Quando em ti deseja o padrão modificar ou inverter
Vem um tsunami pronto para fazer tudo arrefecer

Sou humilde, Grande Mar, ao teus pés
Porém, não tenho medo em minha vida de qualquer revés
Pois sei que o dissabor não é eterno, ao invés
Sei que ele é o ingresso para que eu possa entrar no convés

Dentro do convés, irei em ti navegar
Não importa o navio, o importante é apreciar
A tua beleza e a tua imponência sem par
Capaz em todas as almas, da alegria regenerar

Grande Mar, caso eu não consiga em ti adentrar
Me contento em ficar no raso, vendo o teu flutuar
Sentado a beira de ti, os olhos a marejar
Com a alegria e a nostalgia de ver a tua paz me saciar

Fernando Luiz

Olá Amigos

Saudações a vocês, caros amigos visitantes deste blog.

Recentemente produzi um blog denominado "O Pensador Espiritual" que apresenta um cunho existencialista/espiritualista/moralizante. Ele trata sobre a maneira como a qual deveriamos viver para tentar alcançar um maior número possível de momentos de paz, já que a paz plena e completa, em nosso planeta e em nossa atual existência é impossível. Nós, meros mortais, nos abalamos por qualquer pequeno problema e desta forma, ser um portador de uma paz plena de espírito nestes moldes é impraticável. Então, com "O Pensador Espiritual" procuro enfocar esta análise do que pode nos trazer um pouco mais de conforto e felicidade em nossas essências. Mas esse conforto não virá pela simples queda de graças e sim um conforto que será obtido por um árduo trabalho de reforma ínitima. A busca pela humildade e pelo altruísmo são alguns destes fatores reformadores, reconfortantes e revigorantes. Na medida em que vamos nos aperfeiçoando nestas buscas, vamos nos livrando do materialismo que tanto nos prende e nos tornamos seres humanos mais felizes.

Mas como todo poeta que se preza, a vontade de expressar o lirismo é algo que extravaza, não podendo contê-lo, por mais que se relute. Portanto, eu nem tento relutar...(risos)... Baseado nesta "anti-relutância", resolvi criar um outro blog com essa tendência maior ao lirismo, ao registro das impressões que podem marcar um ser humano. E para aqueles que não são muito afeitos a poesia, o lirismo permite a manifestação do "eu lírico", que não necessariamente é o próprio autor da poesia. E é isto que procurarei buscar ao escrever textos neste espaço.

Ou seja, realmente me permitirei um exercício de um Lirismo Plural, já que o "Eu Lírico" que se expressará neste espaço pode ser o ponto de vista de alguém que tenha passado por minha vida (amigos, parentes, personagens históricos, etc) de modo que eu possa retratar estas impressões de outras pessoas, conforme elas tenham me marcado. Este "Eu lírico" também pode ser eu mesmo em diferentes fases de minha própria vida. O que fui/fomos ontem, talvez já não mais represente o que sou/somos hoje. Então, o "eu lírico" pode ser um retrato de um certo momento de minha ou de outras vidas. Por isso é importante o registro nestes moldes. Para que as impressões existenciais não caiam no esquecimento. Claro, o "eu lírico" também pode ser "eu mesmo" no tempo presente... (Risos). E acredito que essa é a verdadeira função do poeta. Ele é um fotógrafo das impressões da alma, sua ou de outrem. Porém, não me preocuparei em "assinar" estas obras, identificando quem é a "vítima" destas impressões. Preocupemo-nos com o sentimento retratado, pois isto é a essência da poesia.

Se você também deseja compartilhar seu lirismo, deixe seu comentário e suas impressões (existenciais ou sobre o blog) na caixinha de comentários. Ficarei muito grato.

Um grande abraço.

Fernando Luiz