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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Nós, Robôs

Andar por esta metrópole
Não é sinônimo de tranquilidade
O que era há muito tempo bucólico
Atualmente é espetáculo do caos

Pessoas caminham apressadas
São robôs, só que ainda não perceberam
A culpa também não é só delas
É de todo um contexto que as faz acreditar nisso

A paisagem é indutora da robotização
Prédios e estruturas cartesianas
Nos fazem cegamente crer
Que nossa vida é ciência exata e não humana

As normas de comportamento também robotizam
Quando somos identificados como números e não nomes
Até mesmo quem vive na miséria
É reconhecido socialmente pelo número zero

A volta para casa, depois de um dia de labor
É ícone de todo esse processo automatizado
Um espetáculo de luzes enfurecidas
Faróis de carros guiados por motoristas-robôs (nós mesmos)

E a sensibilidade se esvai
Quando este comportamento se torna uma constante
Prova de que, realmente, o que não é natural
Não nos consegue fazer seres humanos plenos

Bom seria se este espetáculo de luzes
Fosse apreciado em uma bela paisagem campestre
Tal cenário hoje em dia é visto, pela maioria, apenas em quadros
Como se uma ilusão de óptica fosse

Fernando Luiz

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ausência

Deitado em minha cama, pensamento fugaz
Minha matéria depositada neste leito, estremecida jaz
Corpo no tempo presente, mente em algum tempo atrás
Só eu sei a falta que o teu amor me faz!

Teu toque em meu corpo, só pureza me traz
Cada segundo que se passava, eu queria ficar contigo mais
Enclausurado em teu amor, preso em uma feliz Alcatraz
Só eu sei a falta que o teu amor me faz!

Teus olhos que brilham como nunca outra pedra brilhou jamais
Um brilho incandescente, me irradiando de paz
Cintilação que me faz lamentar um tempo que não retrocede mais
Só eu sei a falta que o teu amor me faz!

Fico estático, como absorvendo veneno que entorpece os sinais
Um melancólico marinheiro, esperando o navio a beira do cais
Teu perfume gerava em mim essências vitais
Só eu sei a falta que o teu amor me faz!

E desta forma, só me resta esperar renascer uma vez mais
Pois nossa união em espírito e pelas diversas vidas já é contumaz
Espero que na próxima vida, você emita os corretos sinais
Para que eu te reconheça de imediato e não perca um segundo de paz
E que de belos filhos, nós sejamos pais
Assim sendo, eu não sentirei falta de teu amor jamais
Minha alma privada da tua é como escravo padecendo na mão do capataz
Pois hoje, só eu sei a falta que o teu amor me faz!

Fernando Luiz